A Freeway – marca de calçados masculinos com sede em Franca-SP – aderiu ao projeto “Outubro Rosa” de conscientização sobre o câncer de mama e convocou todos os colaboradores da empresa para participar da campanha. Nessa quinta-feira (27), além de usarem a cor rosa que simboliza o projeto, os funcionários poderão fazer doações para o Hospital do Câncer de Franca. Toda a arrecadação será destinada para a prevenção e tratamento da doença. A empresa também preparou um mural com dicas de prevenção e convidou os voluntários do projeto Doutores da Alegria da cidade para mostrar, às 11h45, na prática como fazer o auto-exame.
Números do Câncer de Mama no Brasil
Em 2010, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) era de que aproximadamente 49.240 brasileiras descobririam que tinham câncer de mama. Dessas, calculou-se que 37 mil conseguiriam se tratar – às vezes às custas de quimioterapia e até extração da mama – e que 12 mil não resistiriam à doença.
A doença está ligada a fatores de risco que têm aumentado, como o estilo de vida sedentário e o uso de pílulas anticoncepcionais. Já a maior parte das mortes e do sofrimento das mulheres poderia diminuir se a doença fosse detectada com mais eficiência e tratada rapidamente, apontam organizações ligadas ao setor.
De acordo com o Inca, em alguns países desenvolvidos, como os EUA, Canadá e Noruega, há crescimento da incidência do câncer de mama, mas redução da mortalidade. No Brasil, o maior número de casos é seguido de mais falecimentos. O número de mortes saltou de 5.760 em 1990 para 11.860 em 2008, aumentando ano a ano.
Detecção Precoce do Câncer (dados do Inca)
Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença.
Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama.
Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.
Exame Clínico das Mamas (ECM)
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
Mamografia
A mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é suportável.
Lei 11.664, de 2008
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.