Miami: beleza, inclusão e diversidade

A imagem de Miami como paraíso das compras, das festas suntuosas e capital norte-americana do consumo não pode ser mais irreal.

Conhecer Miami de verdade não é apenas frequentar as lojas do agitado centro da cidade ou passar horas buscando bons preços no Bayside Marketplace ou no Dolphin Mall, verdadeiros símbolos do consumidor-padrão, que imagina uma viagem à Florida para repor o guarda-roupas.

Se o conceito for esse é porque os verdadeiros prazeres de Miami ainda não foram descobertos.

A cidade que é uma ponte entre culturas das três Américas está muito além da superfície de glamour que aparenta e do dinheiro que se gasta.

Miami: conceito sem preconceito

Miami é ao mesmo tempo beleza e inclusão, pode ser sofisticada e democrática.

Arte de rua em Wynwood, parques multiuso com saídas para o mar, passeios e práticas esportivas em locais paradisíacos, uma mistura de sons com tonalidades latinas por todos os cantos… há muito com que se entreter e, em boa parte das vezes, com gastos mínimos.

Antes que o conceito vire preconceito, é melhor descobrir Miami.

Miami: a capital das américas

Que Miami transformou-se na capital latina das três Américas é uma dessas unanimidades difíceis de contra-argumentar.

Em meados do século passado, quando ainda era um reduto turístico relativamente modesto para os próprios norte-americanos, que fugiam para o sul em busca de um melhor clima, começaram a chegar as correntes migratórias, encabeçadas, primeiro, pelos cubanos, depois, por nicaraguenses e porto-riquenhos. Na sequência veio a invasão dos sul-americanos: colombianos, argentinos e, claro, brasileiros.

O encontro de várias culturas latinas determinou a evolução social de toda aquela região da Flórida e o salto desenvolvimentista que se seguiu foi acompanhado por outro tipo de imigrantes, vindos da Europa e mesmo do Canadá. O tom latino foi incrementado pelas presenças de espanhóis e portugueses.

Hoje, 70% dos 2,5 milhões de habitantes de Miami são oficialmente residentes de língua hispânica, uma estatística que não inclui os que falam português. E Miami é a única cidade norte-americana onde a população de imigrantes supera o número de locais.

O resultado desse mix social reflete em cheio na arte, nas atividades comerciais e na convivência em cidades como
Miami, Miami Beach, Orlando ou Fort Lauderdale.

Na área do Condado de Miami Dade estima-se que vivam, por exemplo, mais de 2,5 milhões de cubanos (natos e descendentes), interagindo com núcleos de várias origens, do Caribe ao extremo sul das Américas.

O reflexo da presença latina não impacta apenas nas questões de consumo, na gastronomia e nas relações econômicas em geral.

Trata-se de uma sociedade plural, caracterizada pela dinâmica entre costumes, cores, ritmos, sotaques e sabores, marcada, principalmente, por uma faceta que o visitante percebe assim que desembarca em Miami: a diversidade.

Texto extraído da Revista Way.

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